Diante do que se foi
Encima do que já não há
Abaixo do inalcançável
Ancoro a tristeza
E as inquietações da vida
Farto do mar e suas ondas
Farto de não ter aonde chegar
Em terra firme caminho
Embora hesitante
Não estou seguro da firmeza desta Terra
É frágil a sua estrutura
E forte são os seus destruidores
Mas não penso em voltar para o mar
E o enjoo das oscilações
Distante da tristeza
E das inquietações da vida
Em nada lembro o Marinheiro que fui
Firmo nesta Terra os meus pés
A fim de que eles criem raízes
E me deem a segurança que eu nunca tive no mar...
Anderson Lopes
30 de julho de 2012
18 de julho de 2012
10 de julho de 2012
A Embriaguês Necessária
É fria a manhã de domingo
É tão cedo e os pensamentos vieram sacrificar o meu sono
Como pequenos blocos de gelo caindo sobre o meu corpo descoberto
Não respeitando a rigorosidade do inverno
A embriagues é necessária
Preenche o vazio e me aquece
Embora faça doer a minha cabeça ainda mais
E a dor também é necessária
Ocupado com ela eu até me esqueço de que a alma está ferida
E sangra desde a noite passada
Mas de repente vem à memória o seu rosto em flashbacks torturantes
Sofrer se torna inevitável e eu me afogo no lago escuro das lamentações
Ela estava tão bonita ontem à noite
Como nunca ousou estar para mim
E eu a observava da minha torre de inseguranças, a imaginar o que poderíamos ter sido
Se o amor para ela não fosse tão instável
Ela veio até a mim e me sorriu, livre de qualquer remorso pelo nosso fim
O seu olhar, indiferente a minha saudade, perfurou o meu peito, atingiu a alma
E fez o trem das emoções sair dos trilhos ali mesmo em sua frente.
Eu voltei mais cedo para casa
Com um poço congelado de lágrimas que ainda derrete e compromete a visão
E eu acordei mais cedo e sozinho
O dia será maior e a embriaguês é necessária
Para amortecer o impacto e a agonia dos pensamentos.
Anderson Lopes
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